Naquela noite de fria, num ponto de ônibus, já não se ouvia mais o som da rua ou das pessoas aglomeradas conversando, talvez fosse engraçado que o dia fosse a noite, sempre daquele tom de azul. Eles passavam e passavam com seus letreiros luminosos com rumos desconhecidos ou incertos, um parou a sua frente e sombras se projetaram na sua lataria branca, sombras engraçadas, sombras das árvores, até que olhou para sua mão que segurava o fone de ouvido e viu que sua sombra na lataria parecia uma cereja. Sorriu, como não sorria em meses. Subiu em um ônibus e esperou sua casa vir.
Do outro lado da noite, naum respirava mais, apenas sentia-se um papal flutuante ao vento sendo levado pra onde sua mente mandasse, corria como se fugisse, andava como se parasse e talvez ja não se levava mais a sério. Tomou um gole da café a troco de nada, cansou de fazer parte de planos. Refletiu por meros segundos sobre algo que veio a esquecer e distraiu-se ao olhor dentro da xícara, apenas restava o pó de sua noite e ele ao fundo fazia um desenho estranho que lembrava... uma pimenta, riu de sua loucura e apagou naquele alcochoado sem mais nem menos.
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