Não, ela não tinha mais palavras, pela primeira vez o silêncio lhe pareceu tão suave e gostoso que ja não precisava de nenhuma resposta, de nenhuma explicação. Ela, não estava acostumada as idas e vindas da vida, não estava acostumada a muita coisa na verdade, mas sabia que todas suas ações tinham um motivo: se partia, havia um porquê, se ficava, havia outro mais forte, e se chegava... se chegava ja não sabia ela dizer se foi por ela ou pela vida. Pela primeira vez a ausência daqueles que se foram a tempos e daqueles q ela deixou ja não era dolorosa mais, parecia de certa maneira agradável. Talvez devesse sua felicidade atual a todas essas idas e vindas e, como um milagre, não se arrependia de seguir nenhuma das luzes que a guiava. Estavam todos felizes, inclusive ela própria, finalmente havia acertado numa escolha.
Seguiu só seus passos,
só pela areia seguiu
seguiu só seus passos
só no mar conseguiu
ouviu-a gritar
ouviu-a gemer
ouviu-a dançar
ouviu-a cantar
Sorriu para o mar,
para ela sorriu,
sorriu ao caminhar
caminhando decidiu
Despediu-se da água
despediu-se da mágoa
despediu-se do passado
e com o tênis calçado...
sorrindo partiu