Perfurou-lhe os pensamentos, palavras insuficientes "Um inimigo a altura".
Seu disfarce era perfeitamente feito, sua imprevisibilidade impressionava.
Detestava-o. Cada pedaço que enganava fazia mais certeza, jogava o seu jogo.
Como uma moedas na qual ambas as faces continham a coroa.
Bastavam-se.
"Sabes de tudo sobre esse possível amargo futuro. Sabes também que já não poderias voltar atrás, que estás inteiramente subjugado e as tuas palavras, sejam quais forem, não serão jamais sábias o suficiente para determinar que essa porta a ser aberta agora, logo após teres dito tudo, te conduza ao céu ou ao inferno"
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
Fear is the heart of love
Assim toca
assim faz
sem meia volta
sem nenhuma paz
assim faz
sem meia volta
sem nenhuma paz
É simplesmente algo transcedental: enquanto você tem tudo estruturado em sua cabeça, os livros na estante, as roupas penduradas, o relógio no criado mudo... não se tem isso, se tem apenas um labirinto de coisas pré-dispostas e contínuas que não é sabido nem entendido. Em alguns becos existem as coisas aprisionadas com cadeados de marfim, em outros não ha nada, são apenas criados para enganar tolos em fantasias idealistas.
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Por fim
É, eu que muitas vezes agradeci por escutar esse silêncio tão melódico agora vejo nele minha sepultura. Irreal ou não, agora ja não chove mais gostas de água e sim de cimento, tornando as coisas bem mais cinza do que eram. Tinha esquecido o que era essa sensação: com o buraco se abrindo, com o ponteiro do relógio dando sua volta constumeira sem ninguém o impedi-lo. Ah, sei que é tudo fruto da minha imaginação, que nada disso não existe, que minha inferioridade foi encenada pra que tudo ficasse bem, ah, fui pega na minha própria armadilha, ou não: consigo sair dela. E você? O que vai fazer depois... vai se lamentar, vai levantar a cabeça, vai sentar no canto escuro... não saberia dizer. Nesse sentido, eu sou a vilã que não consegue ler seus pensamentos e isso eh agoniante demais.
Não cala-te
Não cala-te
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Beira
Há! Você não verá aqui aquilo que você ja não enxerga. Esta obviedade que tanto te cega não é nada mais nada menos do que você mesmo, por que será? Por que será que as paredes continuam frias e as cadeiras imóveis? Gostaria de saber porque você não recorre mais a mim num pesadelo, por que não me sussurra frases insanas... Não preciso mais de você para ficar na beiradas desta loucura: um passo e caio, um passo e fico. Se você ainda tinha dúvidas desta farsa, não leu shakespeare nem Édipo, nem nada que se enrede em um destino glorioso ou decadente. É, estes são os fantasmas dos quais eu quebrei. Em quantos pedaços? Jamais saberei. Em algum beco escuro [ou não] você estará a minha espreita talvez, ou adormecido como alguns. Ando sem temê-lo mas ao encontrá-lo é imediato. "Carece de ter coragem" e a maior das coragens é a da lembrança. Não importa quanto tempo eu fique neste ponto, ou nesta chuva fria, você jamais entenderia a minha espera ou o porque não levo um guarda-chuva, o medo não deveria ser da água, ela sempre vem a minha espera anunciando ou enunciando algo. Cale, não há nada a se dizer, nada é dito, nada será dito, e eu sei que este silêncio é a sua moradia, mas também sei que para mim ele figura como uma casa mal-assombrada de um filme de terror barato... o silêncio nada mais é do que uma farsa, não digo porém que as palavras sejam mais verdadeiras. Acabe esta travessia, desejo, tento levar, mas nada parece o suficiente para que você chegue na outra margem, talvez por ela ser ilusória e nefasta, talvez por ser pior ao seu conformismo, nunca saberei.
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