sexta-feira, 12 de março de 2010

Overdose

E não é que neste céu azul, neste sol escaldante, em cada passou que dou na estrada deserta penso em chegar ao seu destino, mesmo fictício.
Se em alguma noite você foi meu passado sombrio que se arrastava pelos olhos e mentes das pessoas daquele lugar, hoje você não passa de meu anjo, que num passado remoto ou não, sendo minha torutra ou não, soube sê-lo de seu modo leal e fiel.
Por mais que você fosse muitas, mas mesmo assim rara, saber que seus desejos egoístas destinavam-se apenas ao meu mal me fazia crer que de um jeito ou de outro você dependia de mim, apenas de mim para se satisfazer. Minha cura era o veneno seu.
Cai, sentei, chorei. E as vezes custo a tirar você de mim.
Quem me acordará essa noite apenas para sentir-se viva nessa morte?
Naõ sei
Sei que nesse momento agora
Eu apenas seria sua overdose.

terça-feira, 9 de março de 2010

Felicity

Eu sei daqueles momentos da vida em que simplesmente as folhas estao cobrindo por inteiro a árvore, formando o verde.
O céu, mesmo cinzento, teria sua bela melancolia estampada em finas gotas que pinicam o guarda-chuva.
O que seria você sem esse céu ou essa vida?
Nessas horas, você apenas sabe que está exatamente onde deveria estar...
Que o azul, o rosa, o verde são mais do que cores apenas captadas por seus olhos.
Por fim, você agardece tudo as pessoas que te cercam,
simplesmente porque se cada uma delas não estivesse onde está, voce não estaria nesse estado.
E você, por fim, crê que tudo é simplesmente belo.

Talvez eu apenas seja melhor em expressas meus sentimentos tristes
acho que eles são mais fáceis de serem arrancado do peito
e transformados em palavras.
Porém, contudo... gosto de saber que pelo menos tentei compartilhar os sentimentos bons.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Paisagem mental

As pontes tornaram-se inexistentes,
os predios sucumbiram,
as casas foram consumidas pelas chamas
Milhares de corpos soterrados pelo cinza do cimento
-não havia nada a se fazer -
Crianças com olhos desenhados pelo brilho de angustia
este nao desapareceria daquelas mentes ingenuas.

Sem mais nem menos,
no meio do ceu verde-azulado da madrugada,
nasce a ponta do mundo.
Laranja, fiel,
pintando as ruas e os destroços do que antes foi algo,
do que antes foi tudo.
O sol cegou cada partícula viva,
ativou as engrenagens da maquina, do pó.

Ele sabia que o mundo pedia pelo amanhã,
pedia que mãos e pedras reconstruissem tudo
continuassem o rumo.
Nao seria facil, nao seria justo, nunca tinha sido.
Mas no fim das contas o sol sempre nascia, laranja.
O amanhã não seria melhor nem mais facil,
mas ao menos seria diferente do horror da noite anterior.