As pontes tornaram-se inexistentes,
os predios sucumbiram,
as casas foram consumidas pelas chamas
Milhares de corpos soterrados pelo cinza do cimento
-não havia nada a se fazer -
Crianças com olhos desenhados pelo brilho de angustia
este nao desapareceria daquelas mentes ingenuas.
Sem mais nem menos,
no meio do ceu verde-azulado da madrugada,
nasce a ponta do mundo.
Laranja, fiel,
pintando as ruas e os destroços do que antes foi algo,
do que antes foi tudo.
O sol cegou cada partícula viva,
ativou as engrenagens da maquina, do pó.
Ele sabia que o mundo pedia pelo amanhã,
pedia que mãos e pedras reconstruissem tudo
continuassem o rumo.
Nao seria facil, nao seria justo, nunca tinha sido.
Mas no fim das contas o sol sempre nascia, laranja.
O amanhã não seria melhor nem mais facil,
mas ao menos seria diferente do horror da noite anterior.
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